domingo, 14 de outubro de 2018

Objetos cortantes, Gyllian Flyinn - Recomendo com ressalvas

NÃO RECOMENDO IMPUNEMENTE!      

 O livro "Objetos cortantes" é hipnotizante como uma cobra ou um acidente de carro, a gente sente a história angustiante, doentia e estranha desde o início do livro. Embora pareça, em seu início, a estrutura clássica das histórias de investigação em que um repórter é o "detetive" que o leitor acompanha, a história vai nos levando para um território sombrio tão lentamente que, quando nos damos conta, já não é mais possível voltar ao início e desistir da leitura. 
        
  A torturante e sufocante atmosfera que acompanha Camille acaba por se infiltrar lentamente na narrativa e sufocar, também, ao leitor que acaba por ver tragado para dentro da narrativa, cada vez mais assombrada eu acompanhava o desenrolar da história, as peças são tão bem encaixadas que as reviravoltas acabam sendo, ao mesmo tempo, coerentes com o que aparece na narrativa, previsíveis e, paradoxalmente, surpreendentes.
             
   Nos capítulos finais, junta os diversos elementos da narrativa com uma brusquidão e ajuste surpreendentes, fazendo com que o inesperado seja mais uma vez modificado pela narrativa.
     
      Recomendo a leitura apenas às pessoas que estiverem prontas para a devassidão e a perturbação que este livro apresenta.


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Quarto em chamas, de Michael Connely (Tag Inéditos)

Um livro interessante, mas com um ritmo meio arrastado que não me empolgou muito (mas talvez seja apenas a emoção eleitoral me consumindo mesmo, kkkk). Contudo, mesmo demorando para encontrar um ritmo mais ágil, a narrativa acabou me conquistando pela riqueza de detalhes, a construção dos casos e a dinâmica entre Luck Lucy e Bosch.
Longe das idealizações dos clássicos do gênero, ou das desconstruções  do noir, esta história segue mais linha mais realista que lembra os filmes americanos, mas sem aquela correria maluca dos trillers. Demorei pra me apegar, mas me apaixonei e (mais surpeendende) me identifiquei com Bosch, o detetive quase aposentado que é o cínico, experiente, meio resmungão, mas muito competente e orgulho do que faz. Ao mesmo tempo, também me vi em Lucy Soto, no fogo de seu início sortudo e cheio de esforço.
Recomendo a leitura!!!!

Infográfico