Na sociedade atual, a escola tem assumido, progressivamente, funções cada vez mais complexas, algumas das quais eram consideradas atribuições de outras instâncias educativas, como a família, por exemplo.
A ampliação das funções da escola não decorreu das iniciativas nem das escolhas dos professores e gestores. Tal expansão pode ser considerada como imposição da realidade, marcada pela velocidade com que ocorrem mudanças em todas as áreas do saber e fazer humano. Essas constatações põem em destaque a importância de discutirmos a intencionalidade educativa das escolas, à luz das exigências com as quais ela convive, hoje em dia.
A sociedade tem apontado para a necessidade de ressignificar o papel da escola para além do pedagógico, reconhecendo que ela vêm somando atribuições políticas e sociais, principalmente em função da diversidade de características de seu alunado e da complexidade de demandas oriundas do contexto socioeconômico político e cultural. Evidencia-se, portanto, a importância de reexaminarmos os valores que a escola cultua, dentro de uma perspectiva democrática, ou seja, evidencia-se a relevância de examinar sua intencionalidade educativa.
As escolas precisam mudar e, talvez, o maior desafio seja levá-las à consciência da necessidade urgente de mudança para o que, como nos ensinou Habermas - devemos estimular as ações comunicativas entre os sujeitos que nela estão, permitindo-lhes compartilhar medos e expectativas, bem como apontar caminhos para as transformações.
Fonte: Escola Inclusiva: a reorganização do trabalho pedagógico
Rosita Edler Carvalho
Editora Mediação
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